MORACEAE

Dorstenia arifolia Lam.

Como citar:

Massimo Giuseppe Bovini; Tainan Messina. 2012. Dorstenia arifolia (MORACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

484.563,295 Km2

AOO:

356,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil, encontrada nas regiões Nordeste (Bahia) e Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) (Romaniuc Neto et al., 2011). Encontrada até 1800 m de altitude (Berg, 2001). Em uma escala local possui padrão de distribuição agregado (Araújo, 2008).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Massimo Giuseppe Bovini
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

Espécie com ampla EOO sendo enquadrada como LC, porém estudos indicam ocorrência em locais sujeitos ao pastoreio ou próximos a cidades. O monitoramento é importante, para que a espécie não entre em risco de extinção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Sinônimo: Dorstenia peltata Fischer & Meyer (Berg, 2001). Descrição em Berg (2001). Nome popular: carapiá (Mautone et al., 1990), caapiá, caripá, capa-homem, contra-erva, figueira terrestre (Carauta, 1978).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Encontrada em floresta ombrófila, estacional semidecídua e em restinga (Pederneiras et al., 2011).
Habitats: 1 Forest
Detalhes: Espécie herbácea de cerca de 24 cm de altura (Pederneiras et al., 2011) encontrada na Mata Atlântica (Romaniuc Neto et al., 2011), em locais úmidos e sombreados, geralmente em solos arenosos (Berg, 2001). Pode também ser rupícola ou saxícola (Carauta, 1978). É uma espécie hemicriptófita, monóica e com látex branco (Pederneiras et al., 2011) encontrada em floresta ombrófila, estacional semidecídua e em restinga (Pederneiras et al., 2011). Essa espécie também é clonal com floração o ano todo e frutificação na estação chuvosa (Outubro a Maio) que, apesar de ser majoritariamente monóica, possui alguns indivíduos com flores masculinas (Araújo, 2008). A polinização é feita principalmente por moscas e menos frequentemente por Hymenoptera. Nas inflorescências foram encontradas larvas de moscas (Araújo, 2008). Apresenta dicogamia protogínica, promovendo a fecundação cruzada (Araújo, 2008). Entretanto a protogenia pode ser parcial para essa espécie, indicando que pode haver autopolinização de uma parte das flores (Araújo, 2008). A dispersão é balística (Araújo, 2008). Araújo (2008) não encontrou plântulas no em dois anos de estudo em um fragmento de floresta estacional semidecídua em Coimbra (MG). Produz folhas novas na estação chuvosa, ou seja, de Novembro a Março (Araújo, 2008).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4 Livestock
​Em um estudo realizado em Coimbra (MG) houve a perda de 49 indivíduos (de 585 em 2006 a 634 em 2007) devido ao pisoteio do gado no fragmento de floresta estudado (Araújo, 2008).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Desmatamento para a construção de novos edifícios em Copacabana (Rio de Janeiro, RJ) causou a extinção local da espécie (Carauta, 1978).

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora de Minas Gerais(COPAM-MG, 1997).
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Em perigo (EN). Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP,2004).
Ação Situação
1.2.1.2 National level on going
Deficiente de dados (DD). Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.
Ação Situação
4.4.2 Establishment on going
Encontrada nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual do Rio Doce, MG, Serra dos Órgãos, RJ, Floresta da Tijuca, RJ, Parque Estadual do Desengano, RJ, Estação Ecológica Estadual de Paraíso, RJ, Reserva Ecologica de Rio das Pedras, RJ e Parque Estadual da Serra do Mar, SP (CNCFlora, 2012).

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​O rizoma seco pode ser usado como substituto da nicotina (Carauta, 1996).
Uso Proveniência Recurso
Ornamental
​Cultivada na europa e inquilina na Austrália (Carauta, 1978).
Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​Essa espécie possui efeito sedativo e anticonvulsivo (Zapata-Sudo et al., 2010).